CRÔNICAS
A BORDO
DO ALBATROZ
Na Rota de Vieira
Em terra e mar
3ª PARTE
RESGATE DE MEMÓRIAS
TÓPICOS DAS VENTURAS E DESVENTURAS
POR TERRA E POR MAR
Apresentação
Nesta 3ª Parte das Crônicas a
Bordo entram dois elementos novos: Coimbra e o Dr. Falcão.
A ação da trama passa-se em Coimbra.
A escolha do local deve-se às suas dimensões simbólicas,
como primeira capital do País e por ser aí que Vieira foi
processado e preso pela Inquisição. Assim se cria um clima
de conflito no contexto de Vieira: o par positivo X
negativo —› equilíbrio.
Em Coimbra, situamos a empresa GRACO e o gestor
Dr. Falcão. Aqui a trama do Cruzeiro Histórico
toma outra dimensão dramática, em terra... O Veleiro foi e
voltou. Mas em vez de serenar os ânimos, os acirrou.
De uma e outra parte procura-se a desforra a qualquer
preço.
O Prof. Fabre entrou em nova fase de tumulto. No
entanto está no Veleiro vivendo e escrevendo com afinco, tal qual
Diógenes em sua dorna, alheio ao que se passa fora
São Paulo, 12 de setembro de 2008
Prof. Magriço
Aveiro.17.junho.2008
1.
Uma Visão Panorâmica da Questão
1.
No dia, 14 de maio p.p., estando hospedado em Aveiro, dirigi-me a Coimbra,
cidade emblemática, para fazer uma visita ao Dr. Barroso e ao Mestre
Antônio Vale. Na ausência do Capitão Barroso e do Mestre
Vale, fomos recebidos pelo Dr. Falcão. Pretendia também abordar
diversos outros assuntos.
Basicamente queríamos conhecer e nos congratular
com a Graco pela realização do “Cruzeiro Histórico”
do Dr. Fabre, financiado por aquela empresa, com o apoio da EDUBRAX no Brasil,
na fase essencial, no Brasil e Caribe.
Como se tratava de uma visita essencialmente de
cortesia, fui acompanhado por dois professores Universitários: a
Profa. Dra. Zeni da Universidade de São Paulo - USP, já aposentada,
exercendo ainda atividades em nível de Pós-Graduação
da referida Universidade, de onde também sou professor aposentado;
e o Prof. Dr. Madeira, engenheiro e professor aposentado da Universidade
de Aveiro. e hoje empresário em Oliveira do Bairro.
O professor Madeira, o professor Fabre e eu fomos
colegas de classe, em Aveiro, na década de 50.
Eu e a profa. Zeni, além de fundamentalmente
intelectuais, escritores e pesquisadores, somos também empresários
do ramo da educação superior, educadores, consultores e palestrantes.
Acabávamos de participar de um Congresso
nos Açores, Ilha de São Miguel, onde apresentamos trabalhos
que estão na Internet .
2.
Tratava-se, como disse, de uma visita social e cordial onde queria encontrar
pessoas que aprendi a estimar à distância, com as quais mantivemos
intercâmbio de idéias durante 7 longos meses, em meio a um
empreendimento de inquestionáveis méritos e inegável
possibilidade de proporcionar gloriosos resultados, trazendo muita satisfação.
No entanto foi muito dramático, inquietante e em alguns aspectos
talvez frustrante, mas com saldo positivo.
Para surpresa nossa, logo de entrada, o diálogo
que deveria ser amistoso, vendo o lado positivo do empreendimento, foi se
turvando e mudando de rumo. Havia mau humor no ambiente... Algo havia de
estranho no ar. Este enigma é que procuraremos desvendar.
3. Aqui
vou expressar a minha opinião pessoal sobre o que
vi e ouvi, do meu ponto de vista. Acho que são questões sérias
que não se podem deixar passar sem reparo, frente aos desdobramentos
que se vislumbram.
Este é um trabalho de resgate de
memórias e articulações para que não
se percam no esquecimento.
Vou analisar um dedinho da história do “Cruzeiro
Histórico” , vista dos bastidores, do ponto de vista do ponto
de apoio informal e emergencial de São Paulo/EDUBRAX. Tudo está
documentado em muitos e-mails. Nossos enredos têm
base histórica, por isso o caracterizamos como ficção
histórica.
Acredito que nós, da EDUBRAX, somos as testemunhas
neutras mais avalizadas das ocorrências do “Cruzeiro Histórico”,
por termos sido envolvidos nos acontecimentos sem neles termos qualquer
compromisso além da solidariedade.
Acho que a Graco, empresa que acreditou e financiou
o projeto, granjeou muitos méritos ao apoiar o “Cruzeiro
Histórico”. E isto está sendo esquecido. O Dr. Falcão
não quer “ver” estes méritos do Cruzeiro. Não
entendemos por quê. Este enigma é o que queremos decifrar.
Nesta série de crônicas temáticas
vamos abordar esta questão, que revela algum conflito ainda oculto,
que vem gerando perplexidade...
Nesta série de crônicas, abordamos
alguns momentos (tópicos) chaves da viagem. Abordar literariamente
toda a viagem, daria uma obra muito bela, de mais de 400 (quatrocentas)
páginas. Não é a hora.
Capítulo 1
Cotia.18.junho.2008
2.
A União Faz a Força
1.
Juntos, a Graco , a Analux e nós, EDUBRAX, numa ação
articulada e atenta, complexa, conseguiram ajudar a fazer a “missão”
do prof. Fabre, chegar a um bom termo, a um porto seguro, sem os traumas
mais graves que muitas vezes se desenharam no ar (nos e-mails e nos aparelhos
de telefone). Razões? Parece que a Analux não conseguiu os
apoios esperados e o sonho quase acabou... A Analux fez um sério
trabalho de apoio moral. Mas não foi fácil.
Em muitos momentos quase despencou! Mas tudo chegou
ao fim quase feliz sem outras tragédias anunciadas. As adversidades
foram ameaçadoras, como o velho Adamastor. O nosso
Gama, o prof. Fabre, investiu contra o monstro, com as palavras de Pessoa:
“Aqui ao leme sou mais do que eu. Sou um povo que quer o mar que é
teu.”
A tragédia foi debelada. A meu ver, sem a
ajuda dos três polos informais, mas reais, não
haveria qualquer chance de o “Cruzeiro Histórico” prosseguir
já desde Salvador, Bahia. Não teria condições
de voltar para trás, nem de ir para frente.
O Dr. Fabre talvez não concorde com esta
afirmação. Mas tanto faz. Por que não poderíamos
nos congratular, em vez de revolver a lata do lixo?! (peço desculpas
pela expressão).
Os culpados?! É questão superada.
Quem somos nós para julgar? O que importa é que, juntos, conseguimos
ajudar a que o empreendimento chegasse a bom termo, sem maiores traumas.
Um por todos e todos por um
2.
Para esse fim, sem tragédias, todos concorremos, com o escudo
no braço esquerdo e o direito livre, sem espada, para gerenciar
de longe. A Graco, a Analux e nós podemos agora nos congratular.
Se tivesse faltado um dos três pólos de apoio a tragédia
seria inevitável. Acho que fizemos uma obra de misericórdia,
bem no sentido evangélico: ajudamos uma pessoa (digna!) e um projeto
a sobreviver e levar a cabo uma missão quase impossível, mas,
de qualquer modo, muito bonita e finalmente bem sucedida.
Mérito da persistência de todos e da
generosidade de alguns.
Não podemos esquecer o papel do Dr. Meira,
articulando as ações do lado da T.UA., e da própria
T.UA., divulgando o Diário de Bordo e emprestando
equipamentos. Milhares de pessoas acompanharam a aventura, via web.
Nós, da EDUBRAX, emprestamos equipamentos
caros de fotografia e filmagem, cartas náuticas, obras básicas
e velas novas para o veleiro para atravessar o Atlântico
(neste último a Graco cooperou). No 2º capítulo, desta
Parte, estão maiores explicações. O principal de nosso
apoio foi a cooperação na articulação
das ações, intermediação,
mediação e moderação.
3.
Enfim, entre mortos e feridos, todos se salvaram. A missão não
seguiu exatamente a trajetória combinada e esperada?! Não
teve calmaria? Andou sempre em “mar” tumultuado pelas carências?
Por esse motivo e eventualmente por suposta má
gestão, não trouxe a satisfação moral e os resultados
financeiros esperados?! Trouxe a todos muita apreensão e inquietação
e despesas não planejadas?! Trouxe muitos, muitos aborrecimentos
e constrangimentos. Sim tudo isso e muito mais.
Mas o importante é que nós todos fizemos
a nossa parte. Metaforicamente falando: Antes de ir a “igreja”
“fomos tirar o animal do poço para não se afogar”,
ou fomos apagar o “incêndio” para que a casa não
queimasse ou fomos buscar “a ovelha desgarrada” para que os
“lobos” não a devorassem.
Senhores! Humanamente todos fizemos (?) a nossa
parte, com resultado humano positivo. Foi uma aventura conjunta e meritória,
acredito.
4.
Os Velhos do Restelo ficaram na praia solitários
perguntando: para quê?! Não é prioritário...
O Velho do Restelo tinha razão.
Mas sua razão não é suficiente. Há outras razões.
É que “navegar é preciso”, mas
“viver também é preciso”.
Daqui, a tão grande distância de tempo,
ainda pressinto as imprecações do Velho do Restelo de Camões:
“Oh! Gloriosa vã de mandar, oh! vã
cobiça...”
Magriço
****
Cotia.19.junho.2008
3.
Entrada abrupta da EDUBRAX
como polo de apoio informal
1. Nós da EDUBRAX, só entramos no projeto quando o veleiro já estava ancorado em Salvador, potencialmente desnorteado, sem condições para prosseguir o seu trabalho. Na verdade, não tinha como ficar, nem como voltar, nem como continuar. Um triste sarilho... A situação era tal que não conseguimos não ajudar... Pegamos um avião e fomos a Salvador – Bahia, tomando conhecimento, in loco, da situação.
2. Uma
pergunta pode ficar no ar: Se não tinha qualquer compromisso formal
ou informal no projeto como vocês assumiram tudo com todo o empenho?
Nossa resposta: Porque nós, da EDUBRAX e
ITP e como simples cidadãos da Lusofonia, sempre que podemos arregaçamos
as mangas para cooperar com causas de valor social que podem eventualmente
ajudar a dar mais alguma luz ao nosso mundo, tão carente de idéias
e tão tateante, ainda que seja um lampejo ao longe.
Um dos nossos lemas é:
“Humani
nihil a me alienum puto” [Nada que seja humano me é
estranho]
e
ainda “tantum potes tantum aude”.
[Ousamos sempre, mas com segurança].
3.
Nunca imaginamos que o “Cruzeiro Histórico” do Dr. Fabre
nos desse qualquer trabalho. Não nos comprometemos
antes, em nada, nem verbalmente nem por hipótese eventual, nem por
contrato de qualquer espécie. De repente jogaram o problema (um belo
projeto em risco de terminar inconcluso) em nossos braços, que aliás
estávamos super ocupados com outros afazeres inadiáveis.
Quando vimos que alguém precisava de socorrer
e que não havia alternativas, deixamos tudo e fomos tentar ajudar.
Assim ficamos por todo o tempo. Nas horas de desespero ao ouvir o alarme,
quando não havia como não sair nós lá estávamos.
As muitas centenas de e-mails aí estão para testemunhar.
Polo emergencial mas essencial
4. Deixamos
claro que este polo de apoio no Brasil, em São Paulo,
nunca, entrou em qualquer plano da viagem, nem como hipótese. Na
organização e na execução do projeto, nunca
ninguém nos perguntou nada, nada. Nem para apoio eventual, nem no
plano estratégico e logístico que nem sabemos se foi pensado
...
A idéia que nos dá a situação
é de que nunca houve um planejamento real. O barco foi-se ao mar
como se não houvesse riscos. Daí a neurose...
Nós fomos apenas atender uma grave emergência.
E tudo foi emergência durante nove longos, muito
longos meses... Sem querer, parece que fomos a “pedra angular”
da “construção”, com a qual ninguém pensou
antes. Acredito que faltou à Graco verificar se havia reais condições
de sucesso na viagem... Mas isto são águas passadas.
.
Magriço
****
Cotia.20.junho.2008
4.
Motivos do apoio da EDUBRAX ao Cruzeiro Vieira
1.
Para informações mais precisas deste tema de hoje, recorri
ao Prof. Jorge Peralta. São dele as explicações que
seguem:
Que outros motivos nos obrigaram a atender ao pedido
de socorro (SOS) do Dr. Fabre?
A EDUBRAX teve altos motivos, humanos e até
estratégicos para atender, como e quando e quanto pudemos, aos apelos
de Fabre, apesar de serem feitos em momentos já de perigo:
1) Fui colega de dele de classe,
em Aveiro, na década de 50, como já disse. Éramos amigos
já naquele tempo.
2) Eu, pessoalmente, tenho na mais alta conta o
P. Antônio Vieira, motivo da viagem, como gênio
em quase tudo o que fez e como reserva moral. Suas luzes podem ajudar a
acertar um pouco os rumos do mundo contemporâneo,
nas suas coordenadas mais profundas. Queria que a viagem chegasse a bom
termo.
Considerando que, desde a Inquisição,
passando pelo pombalismo, até os nossos dias, há uma clara
conspiração, agora tácita e talvez
inconsciente, contra Vieira. É preciso debelar esta conspiração
apresentando o Vieira tal qual é. Vieira não é a única
vítima de conspirações sórdidas como esta...
3) O projeto original nasceu aqui, em diálogos
informais entre nós e Fabre.
Nós já estávamos com algumas
partes do nosso projeto do 4º centenário elaborado,
(Portaria
Acadêmica de 7 de março de 2006 promulgada pela EDUBRAX e publicada
na Revista Abaeté nº 4 do 1º semestre
de 2006), articulando os eventos a organizar.
O nosso texto-base (Vieira – Um Guerreiro
do Humanismo), foi publicado na Revista Abaeté nº 3 do 2º
sem. de 2005.
4) Nosso intuito inicial foi um tanto ambicioso:
trabalhar numa Cruzada Cívica Pró-Vieira
divulgando seus valores perenes, desmascarando as Cruzadas
contra Vieira, gestadas na Inquisição e no Pombalismo, com
imenso poder de fogo...que ainda persiste em lugares estratégicos
Sou pesquisador da obra de Vieira, de longa data,
com muitos trabalhos elaborados, e outros no estaleiro.
5) Desde o início de 2008 intensifiquei minha
dedicação a Vieira: dedico-me, em tempo integral (dez
hora diárias), à produção de trabalhos
sobre Vieira, e à divulgação de sua obra. Sob os auspícios
da EDUBRAX/Instituto Tropical. Para me liberar, deixei
a direção da Edubrax.
Estou formatando sugestões de Roteiros
de Vieira que pessoalmente já percorri, em Salvador, em Lisboa, em
Coimbra, em Roma e nos Açores, dentre outros; preparo também
sugestões de modelos de Celebrações Litero-Musicais
Vieira no Século XXI, centradas nos Sermões, a partir
dos modelos que já fiz na prática e publiquei na INTERNET.
Preparo uma série de publicações em DVD apresentando
os Roteiros de Vieira em Salvador, Coimbra, Lisboa, Roma
e Açores. Os modelos que criei estão na INTERNET. Os DVDs
serão disponibilizados no youtube. Estou preparando roteiros de filmes
DVD de Diálogos de Vieira, expondo sua sabedoria
marcante. Etc, etc...
6) Esta última viagem a Portugal (abril/maio
de 2008) teve como escopo principal ir aos Açores/Ponta Delgada,
apresentar um trabalho num Congresso sob o tema “Vieira nos
Açores, ecos do 4º Centenário”. Está
na INTERNET.
Nosso projeto básico, está
publicado em nossa “Revista ABAETÉ”
nº 5 do 2º semestre de 2006.
7) Sempre achei que é preciso dar mais divulgação
e visibilidade a Vieira. Nosso mundo precisa de Vieira. Esta é uma
grande marca e uma grande luz que estamos
a desperdiçar... Hoje ocupamo-nos com a divulgação
de Vieira nos web sítios: www.vieira400anos.com.br
e no blog www.tribunatropical.blogspot.com (ainda em construção)
Em encontros eventuais de amigos, muitas vezes sou
saudado com grande alegria como “Vieiiiira!”. Não passa
de uma brincadeira gentil. É que no momento é meu foco principal
de pesquisa e escrita.
8) Estou preparando, para publicação
no 2º semestre, de 2008 e 2009, diversas obras de e sobre o Vieira.
O plano inclui a publicação dos Sermões
de Vieira (Seleção), com edição do
texto em formato mais adequado e compreensível para o leitor do século
XXI. Acredito que este trabalho possa ser de grande utilidade e despertar
muito interesse etc., etc.
Como filósofo, linguísta e semioticista,
dou-me muito bem nestes trabalhos. Poderei dar mais pormenores mais adiante.
No sítio www.vieira2008.blogspot.com,
da Embaixada de Portugal no Brasil, publiquei um texto
amplo com o tema: “Vieira, um Mestre a Descobrir”.
No sitio www.vieira400anos.com.br, já publiquei
alguns SERMÕES no novo formato. É trabalhoso
mas vale a pena a ousadia.
Fizemos um mega projeto “Vieira
400 anos”, no qual trabalharei até 2010. No momento já
pensamos em reduzir bem as dimensões iniciais. Não trabalhamos
só para o 4º Centenário, mas para a história,
para sempre.
9) Fizemos pesquisa de campo pelos Espaços
de vieira em Coimbra, Lisboa, Salvador, Roma, Açores,
etc (ver adiante)
10) Organizamos uma sessão solene
na EUROPAN, no início de fevereiro, comemorando o Centenário.
Aí proferi uma palestra sobre “Vieira na História
do Brasil”
11) Na nossa segunda visita ao veleiro do Dr. Fabre,
em Salvador, no final de maio/07
formalizamos um Convênio Mútuo de Cooperação
Científica entre a EDUBRAX/Instituto Tropical e o “Cruzeiro
Histórico” em que justificamos o empréstimo de equipamentos
e de Roteiros Marítimos e a doação de livro, etc.,
necessários ao desenvolvimento do projeto, estabelecendo alguns compromissos
entre as partes.
É bom que se esclareça que nossa dedicação
à obra de Vieira tem por objetivo a socialização
de conhecimentos e de sabedoria do autor que consideramos essenciais
à nossa civilização.
12) Estes são os motivos básicos porque
entramos neste projeto, sem aviso prévio e sem fazer parte de qualquer
dos nossos projetos, a não ser indiretamente. Ao ouvir o alarme
do Dr. Fabre não houve como não entrar no circuito, como “plano
B”, não previsto... Posteriormente posso dar novos informes.
2.
De nossa parte não tínhamos qualquer obrigação
financeira no projeto nem obrigação moral até porque
nunca esteve previsto qualquer ganho financeiro para nós. Demos o
dinheiro mas não investimos. Apostamos sem qualquer obrigação.
Apenas ajudamos nos momentos de grande crise e de necessidades inadiáveis,
para que a missão tivesse sucesso. Outros fizeram o mesmo, eventualmente.
As partes efetivamente envolvidas no lado “negócio”
era o Dr. Fabre e a Analux, executores do projeto e a Graco como financiadora,
através de empréstimo. Só. Para o bem ou para o mal,
os dois polos eram os únicos responsáveis, para benefícios
ou para enfrentar pendências complexas...
Agradecemos as informações do Prof.
Peralta. Se necessário solicitaremos outras informações.
Magriço
****
Capítulo 2
Cotia. 23.junho.2008
5.
Carências em Salvador,
Início da etapa essencial no Brasil
1. Quando
o Prof. Fabre chegou a Salvador (Bahia) dispunha apenas de uma máquina
fotográfica cedida por empréstimo pela T.UA.
Tinha também uma pequena filmadora não profissional, mas quebrada
e sem peças no Brasil para consertá-la. O prof. Fabre estava
desolado, sem ter condições de trabalhar. Situação
dramática. Produzia-se o caos; Era preciso gerenciá-lo.
Fui à Bahia, com o prof. Jonas, para ver
o que realmente se passava. O professor Fabre pediu-nos, como empréstimo,
uma filmadora profissional e uma máquina fotográfica com os
recursos necessários.
Tudo equipamentos a serem emprestados pela EDUBRAX
para o projeto.
1) Voltando para São Paulo providenciamos
a máquina filmadora e a máquina fotográfica,
atendendo plenamente às “exigências” e especificações
técnicas que o prof. solicitou (exigiu?). Como
os náufragos “agarrou-se ao nosso pescoço para se salvar”,
isto é, para ter como trabalhar.
2) Adquirimos equipamentos para o laboratório
de cinema e TV da EDUBRAX e emprestamo-los ao prof. Fabre. Fui levá-lo
pessoalmente, entregando-lhos no veleiro. Disponibilizamos livros: os dois
volumes da obra do Mestre João Daniel (“Tesouro Descoberto
no Máximo Rio Amazonas” – séc. XVIII),
em 2005, quatro volumes da coleção de Sermões
que faltavam ao professor.
3) O prof. Jonas emprestou livros de navegação,
as Cartas Náuticas editadas pela Marinha, necessárias
à navegação na Costa Brasileira. Tudo deverá
se devolvido. Estamos aguardando.
4) De volta trouxemos a máquina filmadora
(amadora) da UA para consertar, em São Paulo, pois nas cidades incluídas
no roteiro do Cruzeiro Histórico ninguém tinha a peça
que faltava. Aqui também foi difícil, mas após muitos
vai e vem conseguimos a peça. Que foi importada. Devolvemos
a filmadora devidamente consertada, pelo correio.
5) Mandamos confeccionar novas velas para o veleiro,
para possibilitar a travessia do Atlântico e o retorno a Portugal
(com a ajuda da Graco).
2. Outros
problemas também sobrevieram e também providenciamos “socorro”,
ou
diretamente, a Edubrax e também o prof. Jonas, pessoalmente. Conseguimos
também ajuda em emergências inclusive dinheiro, pessoalmente
e através de outros amigos que colaboraram, no caso da doença.
O Sr. Verdasca acionou os seus amigos através do site “Portugal
Club” providenciando atendimento médico e também enviando
algum dinheiro.
Enfim, todos fizemos o que pudemos para suprir carências
essenciais.
É preciso deixar claro: nós agimos
em emergências: o Prof. Fabre também precisou solicitar ajuda
por toda a parte por onde andou. Muitas pessoas o ajudaram em toda esta
peregrinação cheia de carências e dificuldades, com
destaque para os açoreanos de Martinica, no caribe. Isto está
tudo e muito mais no Diário de Bordo. Pedir auxílio
quem dele precisa, não é desonroso. Desonroso
seria desistir.
Magriço
****
Cotia.25.junho.2008
6.
Carências em Belém do Pará
– Final da Etapa Brasil –
1.
Em Belém do Pará novo desespero. Novo alarme. As “sirenas
tocaram” alarmes noite e dia. O “Cruzeiro” ficou “à
deriva”, num cais improvisado, envergonhado... Novos impropérios.
Tocaram as “trombetas”... Novo pedido de socorro. Faltava tudo.
Faltavam até as velas do veleiro.
2. Ninguém
se dispondo a ajudar.
Lá vamos nós, novamente, como último
recurso, com a cooperação da Graco. Era novamente questão
decisiva: ou velas ou... nada. Ou as velas ou o
caos. Seria a falência final e definitiva
do projeto. Não podia ser.
Em certas circunstâncias, não podemos
ser insensíveis, embora não possamos responder a todas as
mazelas que nos cercam. Jogamos o que pensamos ser o último
bote salva-vidas. (Entramos em seara alheia). O prof. Jonas fez
cotação nacional de velas: preço, qualidade e prazo.
Nós da EDUBRAX com a Graco, assumimos os
custos. Fomos ao Rio de Janeiro (a Niterói), para acompanhar a fabricação
e fomos depois pagar a vela, retirá-la, levá-la ao
aeroporto e despachá-la para Belém. O prof. Briga,
encarregou-se desta tarefa. Ufa!! Agora tudo resolvido. Tudo?!
Pura ilusão...
3. A etapa
do Cruzeiro na Amazônia foi castrada. Ficou restrita a Belém,
num porto envergonhado. Nada de Rio Amazonas; nada de Tocantins; nada da
ilha de Marajó; etc, etc. Foi uma pena. Tudo ficou à deriva,
em meio a muitos desânimos e sondagens de novas saídas em plano
B.
Magriço
****
Cotia.27.junho.2008
7.
Drama compartilhado, passo a passo
1.
O “Cruzeiro Histórico” foi, de fato garroteado. Não
sei a quem isto poderia interessar!...
Enfim, nós, a Edubrax, entramos numa seara
que não era nossa, numa guerra que não era nossa, assumimos
responsabilidades com as quais nunca nos comprometemos.
Pusemos a serviço do projeto muitos dos profissionais da Edubrax,
desde a área jurídica, o técnico, o burocrático.
A própria Diretoria Geral e Acadêmica
parou muitas vezes os seus serviços essenciais para atender e socorrer
um projeto onde não tínhamos qualquer compromisso financeiro
nem quaisquer perspectivas de vantagens econômicas, por menor que
fosse.
O projeto tinha gestores? Onde estavam?!
2. O problema
só se tornou assunto nosso pela Lei da solidariedade.
Entramos por solidariedade para colaborar, quando
percebemos que éramos realmente
a última “carta” do grande jogo, mesmo sem sermos parte
do mesmo, e não tivéssemos condições para avançar
mais em nossa ajuda, diante de outras responsabilidades. O drama chegou
a estar totalmente a deriva.
Magriço
****
Cotia.30.junho.2008
8.
Última nau da História trágico-marítima
1.
Temos duas pastas com todo o histórico, em todos os momentos, relatando
todas as angústias e todas as quase tragédias. A Graco tem
outros documentos que nós não temos. A Analux também
tem todo o histórico.
O “Cruzeiro Histórico” saiu por
aí, de porto em porto e por “mares tempestuosos” como
saiam os monges franciscanos pedintes, de porta em porta, inventando receitas
de “caldo de pedra” para sobreviverem.
Centenas de e-mails enviados e recebidos,
do prof. Fabre, da Analux e do Dr. Falcão/
Graco.
Nós fizemos nosso papel,
de fora, como simples cooperação solidária,
numa triangulação de informações e decisões,
onde agimos juntos, em caráter de socorro in extremis e com papel
moderador, tentando manter o diálogo possível, mas
quase impossível, entre as partes realmente responsáveis e
o prof. Fabre. Tudo foi muito difícil, muito suado, muito penoso.
Mas acabou.
2. Esta
história, quando e se for escrita, em seu pleno teor, será
talvez o “último Capítulo da História
Trágico Marítima” do tempo dos “descobrimentos”
e das navegações para as “Índias”.
Dor dói sim! Dói ver como as pessoas
são tratadas e destratadas ou abandonadas à própria
sorte como esquecidas, para que morram sem deixar lembrança.
Isto não é uma anedota. É TRÁGICO.
É grave e absurdo, em tempos de tantos recursos e de tanto esbanjamento.
Não dá para aceitar ver Pilatos lavando as mãos...
Isto é um grande escândalo de abandono
e inércia e grave alienação dos tempos modernos, do
homem robotizado.
Num Tribunal do Juri, seria matéria para
gigantes da advocacia e para filósofos sérios e oportunistas:
Um grande “BANQUETE” para deleite da plebe, sedenta de sangue
como espetáculo...
Magriço
****
Cotia.01.julho.2008
9.
Fabre na “Dorna” de Diógenes
- Carências Continuam mas com Esperança
1.
Felizmente acabou. Graças a muita gente, acabou bem. O veleiro está,
finalmente ancorado, calmamente, em Aveiro e o prof. Fabre está elaborando
seus textos. Vive em condições muito desconfortáveis,
a meu ver. As carências continuam. Uma lástima. Fui visitá-lo
com o Dr. Madeira e o Dr. Meira. Falamos de projetos. Não se queixou.
Está otimista trabalhando noite e dia, em condições
sub-humanas, solitário. Certamente fará belos trabalhos. Vieira
merece. Ele também. Só precisa de
mais apoio. Devo esclarecer, que a palavra “solitário”,
usada logo cima, é, certamente inadequada. Estar solitário
é uma questão de espírito... Estar solitário
não é sinônimo de solidão.
O Dr. Fabre merece e precisa de paz para terminar
o seu trabalho. Superou talvez a maior e mais penosa e arriscada aventura
e missão de sua vida. Que seus credores não vão perturbá-lo
em seu trabalho de escriva, com mais ameaças do que a viagem lhe
proporcionou...
2. Por temer
intervenção inadequada da Graco, após visitá-lo
com os companheiros já conhecidos, na sua “Dorna” de
filósofo inventivo, arrogante e genioso, resolvi voltar para o Brasil
sem dar outras notícias dele. Segui os Reis Magos. Deu notícias
o Dr .Madeira.
Sendo um simples mortal, vejo agora que, sem pensar,
reagi como os reis Magos, após visita ao Menino: não voltei
para dar notícias, a quem as pediu... Mal comparando, foi esta a
minha atitude. Espero que me perdoem por isto. Mas era a minha única
opção neste contexto. É preciso prudência para
lidar com certos problemas que, às vezes, saem do controle da razão.
De longe pude pensar mais calmamente sobre tudo
que vi e ouvi, antes de falar.Falo agora nesta crônica...
3. Depois
de tudo isto, nós todos também merecemos ver e ter nas nossas
mãos trabalho do melhor nível pois fizemos nosso trabalho
com dedicação, às vezes investindo tempo e dinheiro
de que não dispúnhamos e que fez falta em algum lugar. Mas
ajudou a solucionar um problema pontual.
Enfim, o que temos certeza é que o Fabre
vencerá todas essas dificuldades, venderá os direitos de seu
livro e passará a ter uma vida normal: Filósofo, sim, mas
saindo da “dorna” onde está hoje, cheio de carência
e voltará a viver sua vida normal do professor que sempre foi. E
saberá pagar o que realmente deve, se houver acordo, e como puder.
Magriço
****
Cotia.02.julho.2008
10.
Fim da epopéia do Cruzeiro:
Confraternizar-se?!
1. Espero não ofender ninguém ao perguntar: Passado tudo, porque nós não nos reunirmos para festejar juntos o lado positivo do Cruzeiro Vieira 400 anos? Pensem nisso. Certamente vale a pena.
A Lei é :
Diálogo, Justiça, Paz e pé na estrada, olhando prá
frente...
2. A
Edubrax dava por encerradas suas angústias, perturbações
e inquietações,
aguardando apenas que o prof. Fabre nos devolva só os equipamentos
da Instituição, que são nosso patrimônio registrado
(esta cláusula precisa ser respeitada). Nada mais. Seria o fim de
um pesadelo, enfim, superado.
Gastamos muito com o projeto (aproximadamente um
terço dos gastos da Graco, contando apenas os gastos diretos) voluntariamente,
para que o mesmo não falisse e não acabasse em tragédia.
Para que a viagem desse bons resultados. Ponto.
Aqui teria acabado a história se não
fossem reabertas novas feridas,na hora errada...
****
Capítulo 3
São Paulo.03.julho.2008
11.
O caldeirão ferve: conflito à vista
1.
Desculpe-me, Dr. Falcão, mas devo fazer, neste momento, com toda
a lealdade,
algumas observações que jamais imaginei precisar fazer:
Nossa visita à Graco foi, como dissemos,
uma visita de cortesia e de confraternização. Fomos, durante
meses, solidários com a Graco (com o Dr. Falcão e com o Mestre
Vale), sem qualquer obrigação ou compromisso que não
nos foram pedidos. Nunca fomos parte no ativo nem no passivo do empreendimento.
2. Fomos
muito além da carta de intenções, na hora do desespero
do Dr. Fabre e seu
“cruzeiro”, como é bem sabido, sem termos a menor obrigação
negocial. Aliás a Graco jamais nos pediu qualquer ajuda e nunca agradeceu.
Mas não estamos cobrando agradecimento. Até porque agradecer
pode engrandecer apenas ao agradecido. A nós não. É
questão de ter ou não ter educação para a alteridade,
que sempre se espera do agradecido.
Nós demos o suporte que pudemos ao Dr. Fabre
e à Graco para viabilizar o “Cruzeiro”, em seus momentos
críticos. Nunca cobramos nada à Graco. Nada negociamos e nada
negociaríamos sobre isto.
Atitudes Inconsequentes
3.
Previamente precisa ficar claro: ao chegar a Graco, sentimo-nos,
com surpresa, constrangidos pelos sinais de preocupação e
quase desespero do Dr. Falcão... Efetivamente, nós não
teríamos condições de fazer o que fizemos e de dedicar
tantas centenas de horas discutindo, articulando, procurando alternativas,
escrevendo, telefonando, viajando, colocando funcionários do alto
escalão e para resolver questões, investindo dinheiro de que
não dispúnhamos, sem nunca ter perspectiva de retorno de qualquer
espécie. Tudo para ajudar a levar a bom termo, com eventuais bons
resultados, um empreendimento em que, à partida, era apenas tão
somente do prof. Dr. Fabre e da Graco.
Se houvessem os altos lucros esperados, nós
apenas bateríamos palmas da satisfação e aplausos,
sem nada mais a reivindicar (e sem o querer e sem invejar). Nada tínhamos
contratado e nem quisemos contratar com ninguém. Não estávamos
negociando. Apenas ajudamos por solidariedade, sem buscar retorno.
4. Nós
seguimos o refrão: na hora da solidariedade, é
preciso “ajudar sem contabilizar”.
Nosso povo diz: “fazer o bem sem olhar
a quem”.
Este é um dos nossos lemas, na hora de exercer
a responsabilidade social. Assim mesmo como não somos otários,
sabemos que há sempre piranhas por perto..
Delas também sabemos nos defender, mesmo
diante das estratégias mais sádicas... Sabemos usar mais o
escudo. Se precisar sabemos também manejar a espada.
“Sede astutos como as serpentes” diz
o Mestre dos Mestres. Está escrito.
5. Consideramos,
com toda a lucidez, e o Sr. Falcão sabe muito bem, que sem o suporte
e apoio permanente de nossas Instituições e de nossas pessoas
físicas, o projeto estava fadado a naufragar em diversas etapas.
Teria terminado em tragédia e tudo se teria perdido.
A GRACO teria um tremendo pesadelo para muitos anos...
até por omissão de
socorro... Ajudamos sem pedir nada em troca. Outros fizeram o mesmo.
Acreditamos que todos torcíamos por um “final
feliz”. Ou não é bem assim?! Não. Eu não
posso crer que não é assim.
****
São Paulo.04.julho.2008
12.
Surpresas de uma visita cordial
1.
Pois bem, fomos à Graco, no dia 14 de maio, apenas para nos conhecermos
e eventual e secundariamente para outras tratativas eventuais...
Comigo foram duas pessoas nobres de caráter
e de alto e meritório histórico cultural e intelectual e socialmente
beneméritas. Pessoas da melhor índole, dedicadas, prestimosas,
competentes, generosas e realizadoras. Gente que pensa; gente que faz.
O papel social que representam nossas pessoas talvez
merecessem mais respeito pela ampla gama de serviços prestados à
sociedade e ao empreendimento.
Sinceramente, considerámo-nos mal recebidos
pelo tumulto da viagem do Dr. Fabre. Mas o Fabre não estava conosco.
E se estivesse merecia mais respeito... Parece que alguns “portugueses”
não vêm bem os “brasileiros”. Isto não é
problema nosso... mas desses “portugueses” de certidão.
Aqui como aí, levamos as coisas muito a sério.
Temos princípios e ação eficaz...
Fomos em paz, integralmente desarmados, em termos
morais e físicos, sem “escudo” e sem “espada”.
Acreditava que seria um encontro muito agradável ...
Mas a história, ao que sentimos, já
tinha tomado novo rumo: o rumo do charco?! O Dr. Falcão só
falava e só escutava o que queria e como queria. Assustador, não?!
Magriço
****
São Paulo.07.julho.2008
13.
Brincando com fogo
1.
Logo ao chegar sentimos cheiro de “pólvora” no ar. O
Dr. Falcão estava em pé de guerra, ameaçando e mostrando
documentos, logo após às gentilezas iniciais de boas vindas.
Desculpe-me, Dr. Falcão, mas aquela não
era hora. Os dramas nós os vivemos juntos à distância,
e os compartilhamos. Estamos de acordo?!
Ameaçou chamar já, “agora”
o seu advogado e “acabar com tudo”. (Lá vem, agora, o
bicho papão!!!). Quem seria arrolado no processo? Quem teria contas
a dar à justiça? A Graco não arcaria sozinha com os
prejuízos? Alguém haveria de pagar? A T.UA também seria
arrolada? O Dr. Meira, também seria responsabilizado, etc, etc. Que
calamidade!!... É neurose e descontrole demais... na hora errada.
Uma afronta à razão e à serenidade!! Está perdoado
pois estava fora de si!! Precisa se tratar.
2. Se
alguma reação poderíamos esperar do Dr. Falcão
seria um eventual “obrigado pela cooperação
e solidariedade de vocês”. As reações foram para
o lado oposto.
Acho que alguém quis cobrar antes de ser
cobrado. Mas nós não estávamos cobrando e jamais cogitamos
tal ação. Contabilmente quem tem contas a acertar?
O Dr. Falcão parece-me ter assumido o caso como disputa pessoal com
o Dr. Fabre. Acho que isto não convém nem ajuda nada. As balas
que ameaçou atirar eram balas de festim, inócuas (para assustar
pardais?!). Se são de verdade poderão ricochetear e no atirador
acertar...
3.
Pensávamos que o problema econômico teria sido equacionado.
Até porque a essas “horas” depois de tudo, o dinheiro
seria uma questão menor. Foi preservada a VIDA.
Pensamos que era hora da congratulação.
Parece que nos enganamos. O interlocutor não era quem pensávamos?!
Aqui parece que a parábola do “Filho
Pródigo” teria um final trágico. Rasgamos o Evangelho?!
Magriço
****
São Paulo.08.julho.2008
14.
Alguém quer reeditar em Terra
as quase tragédias do Mar?!
1.
Foram quase cinco horas de conversas, fora de lugar e impertinentes. Tudo
muito tétrico, patético. Muito contra os princípios
básicos da convivência. Alguém se ofendeu a si mesmo
gratuitamente. Deu um tiro no pé. Não é atitude sadia!
O Dr. Falcão tentou envolver outros numa
“guerra” que não existe a não ser em sua cabeça.
Constrangimento detestável! Sempre que tentamos
moderar, falamos no deserto. Decididamente o Dr.
Falcão caiu num grande equívoco. Falou no deserto só
para si... Fez um caminho que não leva a bom lugar: leva ao atoleiro.
2.
Ainda tivemos que escutar o Dr. Falcão gritar ameaçadoramente
ao telefone com o Dr. Meira da T.UA., numa atitude que prefiro não
prosseguir comentando. Foi como se do outro lado da
linha estivesse algum moleque sem pai nem mãe. Foi constrangedor.
(Veio-me à mente a imagem, embora inadequada, de hienas procurando
uma presa para estrangular).
Foi tal a violência da gritaria
que, certamente deve ter assustado o pessoal do escritório, embora
a porta da sala estivesse fechada. Entretanto é sabido que grito
é arma dos culpados. Acho que não
foi usada arma adequada. (Não havia nem lugar para usar qualquer
arma por falta de inimigos). Diálogo?! Onde está o diálogo?!
Decididamente não se fala assim com um benemérito
professor da Universidade que apenas deu generosamente sua colaboração
a um belo projeto que tinha tudo para dar certo, em todos os sentidos, se
não tivesse sido garroteado.
3. No
entanto todos sabemos que: “não há negócio sem
risco”.
Os riscos chegaram a ser gravíssimos e iminentes.
Os burocratas dirão que em questão
econômica e contábil há contas a acertar e não
diálogo. Pois eu direi que esta não
é apenas uma questão econômica e contábil. Não
se conta só dinheiro..
4. O Dr. Falcão, salvo melhor juízo, precisa rever suas atitudes nesta questão. Sua reação em nada ajuda a GRACO, na minha modesta opinião. Só prejudica. É preciso achar outro caminho... Fazer outra contabilidade... Esta é uma questão linear...
****
São Paulo.10.julho.2008
15.
Sofismas Inadmissíveis
1.
Sabemos que quem quer se impor pelo grito é porque, já perdeu.
O grito é arma de quem perdeu o argumento e a razão. É
tiro sem bala. Ou tiro no próprio pé.
Diz o salmo (42): “um abismo chama
outro abismo”.
Na minha modesta opinião é um sofisma
lastimável dizer que a T.UA. ou o Dr. Meira devem ajudar a pagar
a dívida de quem quer que seja.
Se houvesse lucros, quem ganharia?! No entanto,
havendo prejuízos alguém quer socializá-los. São
dois pesos e duas medidas?!...
Que contrato a T.UA. ou o Dr. Meira assinaram? Ou
alguma outra Instituição? Dolo?! Que dolo? Que teriam a ganhar
com isto? Fizeram a parte deles. Ponto. Que mais se pode cobrar?! Acaso
são adolescentes inexperientes? A razão diz que não
há nem sombra de dolo, nesse contexto nem por parte do Dr. Meira
nem por parte da T.UA, nem por parte de mais ninguém.
Isto é um sofisma insustentável e
inacreditável, tratando-se de pessoas acima de qualquer suspeita.
2. A
ameaça é um acinte, uma provocação que apenas
ofende quem a engendra. É recurso de náufrago que
se agarra ao pescoço de quem está perto tentando se salvar,
ou se afogarem juntos... No entanto, no caso não há náufrago.
Por quê essa neurose de buscar pseudo-cúmplices?!
Isto seria litigância de má
fé que tem alto custo para quem se serve de tal recurso.
Ou será grito dos aflitos?
3. Volto
a repetir: Há cheiro de vingança no ar...
E a vingança nunca foi boa conselheira. Tenho pena do Dr. Falcão...
Nos interstícios de tudo, aflora “ódio”
aqui e acolá. Pois eu quero lembrar-lhes que o “ódio”
tem uma classificação pouco lisonjeira no catecismo. Cada
um que faça sua própria avaliação...
Espero que o Dr. Falcão já tenha embainhado
a espada, antes que com ela degole a sua própria
cabeça!
O constrangimento que deve ter causado ao Dr. Meira
foi um ato de suma gravidade que caiu sobre a cabeça do agressor...
Magriço
****
São Paulo.11.julho.2008
16.
É preciso Bom Senso, Serenidade
e Grandeza
Senhores,
1. O caminho
não é por aí. Não é digno jogar restos
de lama nos outros, só porque a
lama lhe chega no pescoço...
Mas eu não estou aqui para entrar nesse mérito.
Não sou advogado da causa e nem juiz.
A minha mãe diria e repetiria:
“vão-se os anéis e fiquem
os dedos”.
É preciso mudar, radicalmente, o posicionamento
da Graco, neste tema desagradável, que pode ser visto de uma perspectiva
positiva. Há sempre um outro lado.
(Conheço apenas o posicionamento do Dr. Falcão,
falando em nome da Graco. Não será necessariamente, o posicionamento
da Graco. Certamente não é. O Mestre Vale jamais aprovaria
as cenas aqui relatadas).
2. Decididamente
fiquei com pena do Dr. Falcão, não do Dr. Meira, que não
deve
nada e é um sábio.
O caso deixou o Dr. Falcão muito abalado,
e não foi para menos. Sei que deve satisfação a outros...
Há que haver compreensão, respeito e dignidade... Tem até
direito de estar descontrolado. A Graco sei que não está!
Só pode ter compreensão quem dá
compreensão.
Do outro lado não está um “pé
rapado”, o Dr. Fabre, não senhores. O caminho é o Diálogo,
de que tanto fala a razão...
Diz o nosso povo: “pegam-se mais moscas com
uma gota de mel que com um barril de vinagre”. Isto é sabedoria.
Para atuar em conflitos, é preciso bom senso,
serenidade e grandeza de caráter.
3.
A agressão voltou-se sobre o Dr. Falcão. Só. A conversa
toda pareceu o juízo final, apenas com condenações.
Sem justos. Apenas com o “inferno” por perto. Sem chance!...
(Sentia-se que tudo se passava numa sala da Inquisição,
já sentindo cheiro de algum Auto de Fé (?!), no Pátio
da Inquisição, ali por perto do convento de Santa Cruz –
Sec. 17, nos tempos de Vieira. Só na imaginação...
Claro...)
Não digo que o Dr. Falcão desacatou
alguém. Não. Apenas incomodou pela surpresa da pauta tratada
e fora de lugar. Ficamos ofendidos porque ele se diminuiu.
Tirando este lado, foi muito gentil e respeitoso.
O cargo que ocupa na GRACO é muito honroso
e não se entrega a qualquer um. Então o “doente”
precisa de médico e descansar, para voltar ao seu normal...
Desculpe mas esta é uma simples opinião
de leigo em questões de medicina. É apenas uma ciência
do povo, que hoje é muito respeitada nos meios científicos.
Magriço
****
São Paulo.14.julho.2008
17.
Se fores capaz de manter a calma...
1.
Lembrei-me do dito popular
“na casa onde não tem pão,
todos gritam e ninguém tem razão”.
Mas todos precisamos de compostura e manter a calma
ainda que tudo pareça desmoronar.
Sugiro ao Dr. Falcão que tenha sempre em
sua frente, pendurado na parede, o poema SE (IF) de Kipling que transcrevo
abaixo. Aliás certamente já o conhece. É bom para os
administradores financeiros na hora da crise e em todas as horas...
2. Gosto
da afirmação da qual não sei a autoria:
“o mal e o bem que me fazem, tudo registro: o mal eu escrevo na areia
da praia...; a próxima onda tudo apaga. O bem que me fazem eu escrevo
em placa de granito para que sempre seja lembrado.” É isto.
Nem sempre quem trata de problemas é quem
busca soluções. Acho que está na hora de fazer o caminho
que trás as soluções.
Nossa sociedade está carente de justiça,
de verdade, de honestidade, de firmeza, de sinceridade, de generosidade
e de tudo o mais que daí decorre. E essas não são mercadorias
que estejam à venda nos supermercados. É questão de
educação de base... É questão de caráter.
3.
Dei ao Dr. Falcão dois e-mails que tinha recebido
mediante garantias de que não estaria
autorizado a usar os textos para nada além de os ler e tomar conhecimento,
por serem documentos pessoais que não deveriam ir
a público. Por isso está efetivamente impedido de os utilizar,
a não ser como leitura pessoal.
4. Recomendo
ao leitor o poema de Rudyard Kipling (Prêmio Nobel de Literatura)
indiano.
É um poema para todos para toda a vida, em
qualquer circunstância: a GRACO poderia imprimi-lo com arte e mandá-lo
aos amigos e clientes
SE
Autor: Rudyard Kipling
Se és capaz de manter a tua calma
quando
todos ao teu redor já a perderam e te culpam;
Se és capaz de crer em ti quando
estão todos duvidando,
e para esses no entanto achar uma desculpa;
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso;
Se és capaz de sonhar sem te tornares um sonhador
Se és capaz de pensar sem que a isso
só te atires;
Se encontrando a desgraça e o triunfo conseguires
tratar da mesma forma a esses dois impostores;
Se és capaz de sofrer a dor de ver
mudadas
em armadilhas as verdades que disseste,
e as coisas, por que deste a vida, estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste;
Se és capaz de arriscar numa única parada
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida,
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida;
Se és capaz de forçar coração,
nervos, músculos, tudo
a dar seja o que for que neles ainda existe,
e a persistir assim quando, exaustos, contudo
reste a vontade em ti que ainda ordena: "Persiste!";
Se és capaz de, entre a plebe, não
te corromperes
e, entre reis, não perder a naturalidade
Se entre amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
Se a todos podes ser de alguma utilidade,
Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao mínimo fatal todo o valor e brilho,
t ua é a terra com tudo o que existe no mundo.
E o que é mais,
tu serás um homem, meu filho!
(Tradução de Guilherme de Almeida)
Se leram o poema e gostaram eu fico gratificado.
Magriço
****
São Paulo.15 .julho .2008
18.
Surpresa inesperada
1.
Eu pessoalmente, não fui à Graco para ouvir nada, nada, nada
do que ouvi.
Decididamente nada fiz que merecesse. As pessoas
que me acompanhavam nunca as teria levado comigo para um “diálogo”
de tais “dimensões” e de tal nível. Ficamos atônitos...
Acreditamos que o Sr. Falcão estava um pouco
transtornado e fora de si. Acredito que isto não é normal.
Mas fomos compreensivos. Ele sabe disso.
Ficamos com pena de não termos podido falar
com o Sr. Mestre Vale. O enfoque certamente seria bem outro.
Não me arrependo de ter ido. Fui porque algo
me dizia que eu deveria ir. Não gostei nada. Fiquei
penalizado pelas pessoas. Mas só. Foi bom ter ido à Graco.
Tentei reconstituir um diálogo impossível.
O Dr. Falcão só se ouvia a si próprio. Não ouvia
mais nada... Diálogo? Que é Diálogo?!
2. Agora
estou escrevendo tudo isso, sem saber ao certo para quê, tentando
buscar a compreensão dos fatos.
Estou compartilhando minhas dúvidas com o
leitor. Impossível.
Algo me disse que deveria escrever e escrevi. Não
sei se terá algum proveito.
Certo que não fui do Brasil à Graco
para ser aborrecido e nem para aborrecer ninguém. Agora sei que deveria
mesmo estar lá, nesse dia. As pessoas precisam, às vezes,
desabafar as próprias angústias.
Magriço
****
São Paulo.16.julho.2008
19.
Por um negociador que dialogue
1. Vou
encerrar e não sei se vou agradar nem se vou acertar. Quero terminar
este meu relato dizendo ao Dr. Falcão que continuo a estimá-lo
pelo que fez, em nome da Graco , apoiando o projeto “Cruzeiro Histórico”.
Mas por favor, acredite mais no valor das pessoas humanas, mesmo quando
tropeçam. Até porque não houve tropeços só
de um lado...
Lembro-lhe que o ódio, a raiva, a fúria,
a cólera são péssimos conselheiros. A teimosia também.
Lembre-se da fábula dos dois carneiros
atravessando a ponte?!
Tudo foi muito estressante , angustiante. Mas
“Tudo vale a pena se alma não
é pequena”, como diz Fernando Pessoa.
2. Considero,
por mera opinião, que o Dr. Falcão(peço desculpas se
se ofende) está
fora de condições para continuar a cuidar dessa embrulhada
que não é só sua nem do Mestre Vale. É uma questão
circunstancial.
O Dr. Fabre é um homem que sabe dialogar
e é lúcido se quiser ser.
Digo o que eu gostaria que alguém me dissesse
se eu estivesse metido numa questão com este perfil.
Magriço
****
São Paulo.17.julho.2008
20.
Uma Afronta Impensável (Imperdoável?!)
1. Acredito
que o Sr. Falcão fechou portas e abriu feridas ao dizer ao Dr. Fabre
que ele “é um pé rapado”.
Não, não é um pé rapado.
Já lhe provei que não é. Um homem com dois doutorados,
um na Sorbone – Paris e outro no Canadá, não é
“pé rapado”, ainda que não tenha um centavo no
bolso. Talvez seja um mau gestor financeiro, etc. Só.
Depois que soube da fatídica frase acima,
algumas coisas começaram a se encaixar: comecei a sentir cheiro
de vingança no ar, algo como um duelo à distância...
que trouxe prejuízos irrecuperáveis. Antes não atinava
a razão da mútua rejeição e das escaramuças.
(Comecei a me perguntar se nós fomos bem-vindos
ao contribuir para que o desfecho traçado... não se consumasse
e para que o “Cruzeiro” conseguisse voltar ao porto de saída.
São conjecturas para esquecer!).
Mas isto são apenas conjecturas de um complexo
quebra-cabeça, onde ainda há enigmas não desvendados.
2. Acredito
que outra pessoa de bem (com isto não quero dizer que o Dr. Falcão
não é uma pessoa de bem) deve dialogar com o prof. Fabre,
que também parece não estar em boas condições.
Foi esta a conclusão a que chegamos na conversa
séria em que analisamos a real situação, (o Dr. Meira,
o Dr. Madeira, a Dra. Zeni e eu, quatro professores universitário,
com experiência docente de mais de 40 (quarenta)anos cada um), após
a visita ao Dr. Fabre, lá no seu “esconderijo” ou no
seu desterro... ou no seu eremitério ...
Quem se dedica assim vai encontrar o seu caminho.
Vai se levantar... Não tenho dúvidas.
Foi o que o Dr. Madeira ficou encarregado de sugerir
ao Sr. Mestre Vale e o fez no dia combinado 14.05.2008.
Capítulo 4
(QUESTÃO DE MÉRITO)
São Paulo.18.julho.2008
21.
Apelo ao Mestre Vale
(Apelo 1)
1.
O que segue é reflexão minha, de minha responsabilidade, somente:
Mestre Vale,
Não sou ninguém para sugerir nada.
Mas emprestaram-me um currículo onde tenho mais de 50 anos de atividades
na Educação e na Pesquisa na Universidade e não pretendo
parar tão cedo.
Como eu, as instituições que dirijo
também acreditaram no projeto. Mas não o assumimos. Nem
fomos convidados, nem consultados...Não tínhamos condições
nem disponibilidade. Entramos, empurrados pela necessidade
de outrem.
Do alto do meu currículo vou falar o que
penso e sinto. Vou dar a minha modesta opinião:
2. Meu
Mestre Vale, a meu ver, o Dr. Fabre está bem pior do que nós.
Mas parece
estar bem disposto e otimista. Deve muito dinheiro à GRACO e certamente
poderá pagar pouco, se é que poderá pagar... Se ele
conseguir algum dinheiro, negociem com ele para que pague o que puder. Só.
Mas não o deixem sem ter o que comer. (Esta parece ser a intenção
do Dr. Falcão, se bem entendi).
Mortos não pagam dívidas e sempre
podem deixar culpados. O Dr. Fabre está vivendo uma vida de mendigo.
Vive no barco como Diógenes na dorna... Vive quase entre dejetos
e ratos ... sozinho. É problema dele? Ele é grosseiro, desrespeitoso,
arrogante? Mas ele é um ser humano de grandes competências
Deixem-no à vontade, trabalhando tranquilamente,
e ele sairá dessa dificuldade mais uma vez. Se
não queremos ajudar, também não atrapalhemos.
Pelo que sentimos o Dr. Falcão irá,
manu iustitiae, se puder, imolá-lo como cabrito...
Na justiça não terá chance de sucesso... Mas pode perturbá-lo.
Espero que tenha mudado de idéia. Tal tentativa
seria trágica para a GRACO e não levaria a nenhum resultado.
Qualquer que seja o resultado, sempre perderá...
(Summum jus summa injuria,
diziam os romanos)
A caça sabe virar-se contra o caçador.
Isto é apenas uma advertência, como hipótese...
Peço desculpas se minha interpretação
não procede... Mas por que não?!
3.
Quero terminar este meu relato dizendo ao Dr. Falcão que continuo
a estimá-lo
pelo que fez, em nome da Graco, apoiando o projeto “Cruzeiro Histórico”.
Mas por favor, acredite mais no valor das pessoas humanas, mesmo quando
tropeçam.
Lembro-lhe que o ódio, a raiva, a fúria
são péssimos conselheiros. A teimosia também. Lembre-se
da fábula dos dois carneiros atravessando a ponte.
Tudo foi muito estressante , angustiante. Mas
“Tudo vale a pena se alma não
é pequena”, como diz Fernando Pessoa.
Considero, por mera opinião, que o Dr. Falcão(peço
desculpas se se ofende) está fora de condições para
continuar a cuidar dessa embrulhada que não é só sua
nem do Mestre Vale. É uma questão circunstancial.
O Dr. Fabre é um homem que sabe dialogar
e é lúcido se quiser ser.
Digo o que eu gostaria que alguém me dissesse
se eu tivesse metido numa questão com este perfil.
Magriço
****
São Paulo.18.julho.2008
22.
Uma Afronta Impensável
O que é Perder ou Ganhar?
(Apelo 2)
1.
Mestre, vou insistir no apelo de ontem:
Não tire o pão da boca do Dr. Fabre.
Não o faça morrer mais à míngua do que está.
O
que ele não puder pagar, mande para a conta do Pai.
Quando a gente perde, nem sempre perde. Às
vezes ganha. É preciso dar-lhe tranqüilidade para se recuperar
e começar a saldar as suas contas.
No entanto, acho que posso afirmar, sem receio de
errar muito, que o Dr. Fabre fez render bem o que lhe foi dado e emprestado,
somado com seus próprios talentos. (Lógico que a afirmação
não vale em termos de capital financeiro...).
2. Por outro
lado, o Dr. Fabre já pagou por todos os seus “pecados”
com os
sofrimentos, as doenças e as penúrias desta viagem. E ainda
está mergulhado em carências e penúrias, mas trabalhando
com afinco para sair dessa situação desumana(?!). Foi isto
que eu senti, quando o visitamos.
Mais do que dinheiro, o Dr. Fabre deve à
Graco algo muito mais precioso: A credibilidade que lhe deu. Quanto ao mais,
não entro no mérito. É questão a ser resolvida
de homem para homem, entre pessoas civilizadas...
Magriço
****
São Paulo.19.julho.2008
23.
Fazer as contas, não só financeiras,
com o Dr. Fabre
(Apelo 3)
Mestre Vale,
1. Por favor,
converse com quem de direito. Encontre uma solução aceitável.
Envie,
na hora oportuna, uma pessoa cordata para falar com o Dr. Fabre, para poderem
chegar ao denominador comum possível. O Dr. Fabre não é
ladrão. Não é assassino. Não é criminoso.
Não é nenhum demônio. Não pode ser satanizado
como estáq sendo.
Repito: há cheiro de vingança
no ar... Fabre deve e não nega. Mas acredito que só
deve pagar o que puder.
Não estou a par dos compromissos escritos
e verbais entra a Graco e o Dr. Fabre. No entanto parece
que há algo estranho em todo esse enredo... O que houve nessa viagem
foi de suma gravidade. Quem reponde por isso eu não sei...
O que está feito está feito. Erros?
A história não volta, prossegue. As circunstâncias mudam.
Os defeitos do Dr. Fabre são dele só. As virtudes também.
Não podemos perder a cabeça. Arrisco-me a fazer o desafio
do evangelho:
“Quem estiver sem pecado, atire a primeira
pedra”.
Cabe a GRACO ver em que errou e se errou. O Dr.
Fabre precisa fazer o mesmo: Quem e onde erraram. Porque? Os resultados
dos erros são desumanos: bradam por justiça... Não
há como fugir...
Entretanto, não temos que pôr a colher
na questão financeira pois quem cuida disso é o devedor e
o credor... Certo?
2. Acho
que o Dr. Fabre poderá pagar algo se as edições dos
livros derem certo.
Deixe-o escrever tranqüilo, que ele sabe fazer
coisas interessantes. E sempre tendo em mente que “não há
negócio sem risco”.
Deixo claro que não estou fazendo discurso
“encomendado”. Ninguém sabe que tomei a deliberação
de escrever algo. Saberá depois de publicado.
3.
Não peço pelo Dr. Fabre, mas pelos ideais que nos unem e nos
guiam. Também
não estou me defendendo. Defendendo de quê?! Da ajuda que demos,
sem a dever, já que o projeto envolvia expectativa de lucros para
a GRACO?! Quero apenas ajudar. Aliás acredito que até “estou
chovendo no molhado”. Acredito que a GRACO já tomou as deliberações
de acordo com a realidade e com a justiça.
Hoje só sei o que ouvimos com nossos ouvidos.
Queria não ter ouvido tanto descalabro.
Magriço
****
São Paulo.21.julho.2008
24.
Divulgação de Vieira: o grande mérito
1.
A GRACO deu crédito ao projeto do Dr. Fabre, em homenagem ao grande
gênio
da humanidade, de nossa raça e de nosso cristianismo que foi o Pe.
Antônio Vieira. Honra lhe seja feita.
Emprestaram o dinheiro, por amor; não o tirem
com ódio. Justiça?! O que é justiça neste caso?!
Não estraguem o bem que fizeram.
Ainda considero que a viagem (o Cruzeiro Histórico)
valeu a pena. O dinheiro que emprestaram valeu a pena, foi bem empregado.
O dinheiro que nós demos também valeu a pena. Mas o nosso
foi dado, sem condição de voltar, (a não ser os equipamentos
emprestados, que não é material de consumo). No entanto o
dinheiro foi escasso. Daí o drama.
2.
O Dr. Fabre, com a viagem, ajudou a acordar o mundo para Vieira. Isto é
um grande mérito que ninguém lhe tirará. Jamais.
É mérito também da GRACO e
seus coligados que acreditaram e lhe abriram a bolsa e o crédito.
Bem hajam pelo que fizeram. Foi uma causa nobre. O seu dinheiro foi bem
empregado. E Deus disse que em tais casos dará o troco: 100 por 1.
Ao menos é o que pregou Vieira e está na Bíblia.
3. O Dr.
Fabre também tem créditos por seu trabalho para Vieira.
Por favor não se arrependam nunca da ajuda
que deram a esse aventureiro peregrino que pode ser desnorteado mas é
sábio, corajoso e dedicado. Seu dinheiro foi bem empregado, penso
eu. A Graco fez um grande investimento na redescoberta da obra de Vieira.
A imprensa tocou trombetas pelo mundo a fora. Que bom!
Nós, aqui do Brasil, também fizemos
a nossa parte por Vieira. Fomos perturbados, mas não nos sentimos
prejudicados, não regateamos ajuda nos momentos mais difíceis.
Não pedimos nada em troca. Até porque
o Dr. Fabre, em sua arrogância, não sabe agradecer. Nunca.
Ele esqueceu as quatro palavras mágicas da convivência humana:
por favor, com licença, desculpe e muito obrigado.
E isso aqui nada o dignifica.
Recebam o Dr. Fabre com respeito e resolvam a pendenga.
Magriço
****
São Paulo.22.julho.2008
25.
Apelo à razão
1.
Mestre Vale, Capitão Barroso, Dr. Falcão,
Se o que está dito acima é verdadeiro,
se se aplica neste caso, por favor façam as contas e resolvam a pendência
com o Dr. Fabre calmamente, tranquilamente, generosamente.
Ele foi e voltou! Que bom! Se não tivesse
podido voltar, a história seria outra. E seria uma grande tragédia...
Um imenso trauma... Os responsáveis haveriam de aparecer...
Escutemos o nosso povo: Vão-se os
anéis e fiquem os dedos.
2.
Fabre está a escrever, em péssimas condições,
sem dinheiro para nada. Mas está escrevendo animado e esperançoso.
Acho que está com vergonha de voltar para casa de mãos vazias
... Ainda lá não foi. Acho que ele tem moral...
Nós estamos vivos, saudáveis e tranqüilos.
Bendito seja Deus por tudo o que aconteceu e pelo final feliz. Será
que não é possível ver com bons olhos tudo o que aconteceu?
Do ponto de vista positivo, no plano da Providência? Tenho certeza
que sim. O Evangelho nos ensina ... até a perdoar aos nossos “inimigos”
... Ensina também a perdoar aos nossos devedores... (lógico:
se eles não estiverem em condições de pagar). Desculpe-me
o atrevimento, mas não quero “ensinar o Pai Nosso ao Vigário”.
Repito: em termos contábeis a argumentação do Dr. Falcão é líquida e certa. O que apenas se sugere é que, neste caso, se pense em outra “contabilidade” de outra dimensão, em paralelo com a contabilidade financeira. A GRACO sabe fazer isto muito bem.
Acasos que têm sentido
3. Vieira
diria:
Por acaso o Dr. Fabre encontrou-se
com a Graco. Por acaso a Graco acreditou no Projeto “Vieira”
e emprestou-lhe dinheiro. Por acaso a viagem foi difícil,
trágica e tumultuada. Por acaso Fabre
sofreu penúrias, doenças e tempestades. Como Jonas, quase
foi engolido por uma “baleia”. Por acaso Fabre conseguia atravessar
o mar de volta à terra natal.
Por acaso Fabre está no barco, sozinho em
condições lastimáveis de asseio e limpeza, como um
pobre eremita no deserto, sem dinheiro para acertar a sua vida e dos seus.
Mas esses e outros por acasos podem ser obra da “Providência”
e não mais seriam por “acaso”.
Mais ou menos isso foi o que disse o Mestre Antônio
Vieira, no exórdio do belíssimo Sermão de Santa Teresa
que pregou nos Açores, na Ilha de São Miguel, no dia 15 de
outubro de 1654, se não me falha a memória. Por acaso Fabre
tem uma dívida enorme, mas talvez possa pagar uma parte... Mas precisa
ser ajustado tudo às reais, válidas e exeqüíveis
condições atuais.
Magriço
****
Capítulo 5
Questões Finais
São Paulo.23.julho.2008
26.
O Mundo Continua a Girar
Senhores,
1.
Escrevi as bases dessas crônicas no dia 31 de maio. Achei que talvez
pudesse colaborar nesta pendência e escrevi. Escrevi sem mágoas.
Se desagradei, se causei transtorno, se os desapontei,
por favor rasguem este papel e esqueçam-no. Falei fraternalmente.
Não escrevi para magoar ninguém. Apenas tentei dar mais uma
pequena contribuição. Acho que aprendemos algo mais com tudo
o que aconteceu. Talvez tenhamos aprendido até a ser mais tolerantes...
que ninguém é perfeito.
Enfim, para mim, tudo passou e o mundo não
desabou. A vida continua, o sol e a lua continuam a nos iluminar e a fazer
a vida germinar e toda a natureza segue seu rumo e nós também.
2.
Repito: não quis “ensinar o Pai Nosso ao Vigário”.
Sou um simples cidadão que certamente estudou em muitas áreas
mais do que muitas autoridades, sem ter qualquer intenção
de superioridade, no que quer que seja. Sem querer dar lições.
Se alguém quiser dizer que esta é
uma afirmação arrogante, eu nada responderei...(É que
também não sou matemático...Acho que gosto mais de
certa relatividade... onde o menos vale mais...).
Espero o dia em que tudo seja esclarecido e resolvido.
O dia em que se instaure o diálogo e, todos possamos nos reunir,
inclusive com o Dr. Fabre, para festejar o sucesso possível, mas
real do “Cruzeiro Histórico”.
Magriço
****
27.
A Bicada da Gaivota
1. O Dr. Fabre não sabe deste papel. Prefiro que não saiba. Talvez se sinta desconfortável. Não sei. Sei lá a reação de cada um?! Não me incomodo se chegar às mãos dele. Não tem novidades para ele. É apenas um dedo de prosa numa enciclopédia.
2.
Um dia, em Cabo Frio, Rio de Janeiro, vi uma gaivota presa pelas patas,
em plásticos que alguém jogou no mar. Estava-se debatendo
nas ondas, quase se afogando. Entrei na água, peguei-a nas mãos,
soltei os plásticos de seus dedos e ela me deu uma tremenda bicada.
Já livre dos “grilhões” soltei-a no ar. Ela voou,
livre. De longe voltou, girou por perto de mim, como quem vem agradecer,
e retornou ao bando.
Foi juntar-se às companheiras.
A bicada acho que era para quem jogou os plásticos
na água. Eu a recebi... Ela não queria se vingar. Só
queria a liberdade. Eu, silenciosamente aplaudi.
Seremos Sempre Solidários?
3.
Algumas lições podemos tirar de tudo isto.
No mínimo acho que todos, daqui por diante,
podemos ser bons amigos e companheiros, onde quer que estejamos, já
que provamos, juntos e solidários, o sal amargo da inquietação
e, finalmente um cálice doce de um bom licor de amêndoas, festejando
o reencontro e o final sem traumas... Ao menos assim esperamos.
De nossa parte, devo declarar sinceramente que guardaremos
para sempre um grande respeito pela GRACO e que aqui em
São Paulo, sempre terão uma família amiga de que podem
dispor, no que estiver ao nosso alcance.
Magriço
****
São Paulo.24.julho.2008
28.
A Vingança não é Bom Caminho
1.
Se em algo ainda puder ajudar eu estou à disposição.
Acho que o mundo e as pessoas são bem melhores do que a gente as
faz. Com exceções; mas como exceções! Às
vezes penso que nós não mais sabemos o que diz o Evangelho(?!).
Talvez seja apenas um livro de que falam bem e por isso o devemos guardar
em nosso baú de coisas preciosas mas velhas...
O cheiro de vingança,talvez
inconsciente, que detectei, talvez seja mera miragem, mas eu o sinto dos
dois lados: Do Dr.Barroso/ Falcão e do Dr. Fabre. Não é
importante saber se é real ou não. Acho
que só diluindo esta sensação desagradável é
que pode ser encontrado o caminho da solução dos impasses.
O espírito de vingança é péssimo
conselheiro.
2. Deixo claro que não me dediquei a escrever estas crônicas por falta de ter o que fazer. Para escrevê-las protelei outros escritos que com isto se atrasaram. Isto também é importante.
3. O
meu endereço e o meu telefone o Dr. Falcão e o Dr. Falcão
o têm. Se precisarem de mais informações, estou à
disposição.
Peço desculpas se falei algo que não
devia ou como não devia. Se acharem que entrei em assunto que não
é de minha conta, desconsiderem-no.
Magriço
****
São Paulo.25.julho.2008.
29.
Os Desdobramentos
1. Finalmente
estamos chegando ao fim de mais uma série temática das crônicas
que compõem o Diário de Viagem.
O enigma detectado continua. A solução
fica no ar.
2. Ficamos
sem saber quem são os responsáveis pelos problemas havidos
a bordo do
CHICO.
O que nos ficou mais clara foi a polarização
da GRACO. Esta 3ª Parte apenas se deteve no Espaço da Graco
e em suas ações e reações. A questão
apenas se vê mais clara agora mas os desdobramentos são uma
incógnita.
3. Enquanto
as coisas vão tomando seu rumo natural, nós vamos fazer mais
algumas
intervenções temáticas neste livro de crônicas.
Agora prosseguiremos mais lentamente. Vamos nos
dedicar a outros escritos por alguns meses.
Magriço
****
São Paulo.26.julho.2008
30.
Construindo Pontes
1.
Ao final desta 3ª Parte do Diário sinto-me
satisfeito pelo resultado. Vou, aos poucos, destrinchando uma questão
ainda meio enigmática pelas proporções que assumiu.
Em terra parece que se acirram os problemas do mar.
Não quero beneficiar ninguém. Apenas
gostaria que tudo se resolvesse de modo sensato e justo, sem ódios
nem malquerenças. Gostaria que, ao final, ninguém se sentisse
prejudicado, mas que todos ganhemos, numa perspectiva superior.
Que ninguém procure ver nas minhas palavras
o que nelas não está. Apenas achei que poderia estar prestando
algum serviço (que aliás não foi solicitado). Peço
desculpas por algumas repetições ou imprecisões que
não tive tempo de corrigir...
Peço desculpas se disse algo que seja considerado
injusto para alguém apesar de estar vivendo num mundo de ficção,
mas é ficção histórica, onde
os personagens não são identificáveis por pessoas alheias
aos fatos.
Não tentei agradar nem desagradar ninguém.
Apenas quis ser solidário com as duas partes, ajudando para se chegar
a uma solução possível. Tomei posicionamento de árbitro...
2.
Este texto não é um texto jurídico. É uma espécie
de conversa sincera, em torno de uma mesa.
Precisamos valorizar o “investimento”
da GRACO para a cultura nacional, também neste ato mecênico.
Gosto muito da imagem: Construir pontes
e abrir caminhos, atalhos e vias expressas, para aproximar pessoas
e povos.
Isto foi o que aqui tentei fazer. Espero ter contribuído,
ao menos, para manter o caminho livre entre as pessoas que participaram,
direta ou indiretamente, deste evento que vai ficar na história.
Na comemoração do 5º Centenário
este talvez seja o evento mais citado do 4º Centenário, se soubermos
divulgá-lo.
Na comemoração do 5º Centenário este
talvez seja o evento mais citado do 4º Centenário, se soubermos
divulgá-lo.
Nota 1: Se alguém achar que algo
neste longo texto não se coaduna com a verdade e com a justiça,
por favor aponte as falhas e nós faremos as devidas alterações
possíveis.
Nota 2: Agradecemos ao Prof. Jonas por algumas achegas
que fez ao texto.
Se mais alguém quiser fazer outras sugestões, poderei aperfeiçoá-lo.
Agradeço, antecipadamente.
Comunique-se conosco: tribunadosaber@gmail.com
Magriço
31.
A LEI DO DIÁLOGO
Esta
última crônica da Série “Resgate de Memórias”
foi extraída da carta preparada para encaminhar ao Mestre Vale, com
as devidas adequações..
A
questão da viagem do Cruzeiro CHICO e da GRACO não é
simples. Pelo contrário: é uma questão muito grave
em termos de valores humanos envolvidos. Por isso fazemos aqui uma última
consideração no contexto da série “Resgate de
Memórias”, sempre usando as liberdade que nos oferece um texto
de ficção.
Questões
complexas não podem ser reduzidas a simples questões financeiras.
Será que a questão pode ser reduzida a uma simples questão
contábil? Não haverá um mundo de outras questões
gravíssimas a levar em conta? Adianta tampar o sol com uma peneira?
Resolve algo ameaçar?! Será este o caminho apropriado? Erros
se os houve, acaso não aconteceram dos dois lados? O tempo das "galeras"
e dos tribunais do "Santo ofício" será que não
passou? É preciso manter a calma em busca da equidade. Ninguém
mais pode se arrogar prerrogativas de imunidade discriminatória.
Todos são iguias diante dos próprios méritos.
Há
de ser buscado um juiz ou um árbitro neutro, capaz e bem informado,
que saiba ouvir os dois lados.
É
preciso ter presentes as palavras da sabedoria: "Abissus
abissum invocat".
Além
do mais, até onde o conhecemos, será que o Dr. Fabre, não
é pessoa séria, honesta e respeitável? Será
que só tem os defeitos que se lhe apontam? Não é pessoa
do bem?! (Mas os selvagens e analfabetos merecem o mesmo respeito, como
seres humanos!!).
A
vida tem muitas faces. Não se faz uma orquestra com um só
instrumento e nem uma sinfonia com uma nota só. Julgar os outros?
Quem somos nós?! Nós não temos limites?! No pólo
da GRACO está o Dr. Barroso. Ele está imune aos erros? Certamente
não, ainda que não reconheça tal hipótese.
Há
então que considerar o outro lado. Impõe-se a Lei
do Diálogo, franco e leal. Nos resultados da viagem há
muitas variáveis a considerar. Diante do que vi e ouvi, e que narro
e analiso nestas crônicas, sou de opinião que é necessário
ver os fatos de todos os ângulos, em toda a sua amplitude, no aspecto
cultural, no econômico, no humano, no social, no educacional, estratégico,
histórico, etc. É preciso saber que o “contraditório”
ajuda a esclarecer os fatos, em novos ângulos, sem viés comprometedor.
Sem preconceitos.
Minha
intervenção na questão não tem qualquer intenção
de julgar mas apenas de ajudar a refletir, expondo
outro ponto de vista, de fora. Julgar é para juízes.
É
preciso analisar os fatos de todos os pontos de vista, com todo o respeito:
do Dr. Fabre, do Dr. Barroso e da GRACO. E também, em linha colateral,
da T.UA.; do Dr. Meira, da Analux, da EBUBRAX, da tripulação
do veleiro. E ainda, indiretamente, das pessoas que se envolveram com o
"Cruzeiro", em Salvador, Recife - Serra de Ibiapaba, São
Luiz do Maranhão e Belém do Pará; depois, Caiena, etc
e ainda Cabo Verde, Açores...
Toda a moeda tem duas faces constitutivas e indissociáveis. Os fatos
também.
É
necessário levar em conta o ponto de vista das pessoas envolvidas
e apreciar com isenção de quem está de fora. Olhar
para o mérito de cada um. Há muitas questões muito
sérias e graves a considerar... A Contabilidade é apenas uma
delas... Talvez a mais séria...
Para
redigir o texto destas crônicas/Diário, imaginei-me
no veleiro, observando o que se passava, dentro e fora, na perspectiva
de cada um, a partir de alguns princípios humanistas, jurídicos,
econômicos e de estratégia. Nós, da EDUBRAX sem fazermos
parte do empreendimento, fomos chamados, em momentos de emergência.
Acabamos tendo uma visão privilegiada dos fatos, sem os buscar. Na
conversa com o Sr. Dr. Falcão, percebi alguns elos que estavam faltando
no enredo do “quebra-cabeça”... Certamente ainda faltam
outros elos...
Com esse cabedal de “saberes?!” tomamos uma posição
eqüidistante entre Fabre e GRACO, buscando reunir elementos para uma
possível arbitragem que reconstitua a paz, e dê os méritos
a quem os tem . O Prof. Fabre tem méritos? Tem e muitos. A GRACO
tem méritos? Tem e muitos. E as falhas? A quem devem ser creditadas?!
É
preciso saber o que é "lucro" e o que é "perda"
ou perdas e danos; o que é buscar soluções e o que
é criar problemas. Quem assume os prejuízos e quais? As pessoas
precisam ter compromisso com a verdade e com a dinâmica dos acontecimentos.
Quanto
ao aspecto jurídico, não entro no mérito.
Não sou jurista, mas entendo bem essa área. Sou um cidadão
humanista, talvez esclarecido.
No meu texto não utilizei linguagem jurídica. Tenho muitos
anos de vida bem vivida, de olhos abertos para o mundo que
me rodeia e às vezes me enleia. Mas nunca usei vendas.
Elaborei
um texto como contraponto ao que ouvi em Coimbra: propus
o “contraditório”. Precisei
colocar-me do outro lado da mesa, sem deixar de pensar nas razões
reais e incontestáveis da GRACO.
A partir de tudo o que vi e ouvi, como digo no texto, após longa
reflexão, resolvi publicar estes textos com sabor de aventura. Talvez
estas crônicas possam ajudar a pensar no assunto "cruzeiro",
com mais amplas perspectivas, a partir de alguém que não está
envolvido, mas que apenas assistiu a quase tudo.
Penso que, às vezes, quem vê de longe enxerga melhor.
Não podendo me omitir, apelei para a ficção.
A ficção nos permite avançar em espaços apenas
imaginários, embora fazendo voo rasante com fatos reais. Efetivamente
as crônicas abordam os fatos envoltos num mundo de ficção.
Tudo são alegorias que revelam algumas faces de
uma realidade nua e crua. Entender?! Entenda quem lê.
Nota;
Se alguém achar que aqui há algo inadequado que possa ofender
pessoas, por favor indique a falha e proponha a correção,
nos termos que achar válidos, No entanto, insisto, estas crônicas
estão no mundo da ficção.
[DIÁRIO DE VIAGEM: ainda em construção]
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